domingo, 14 de novembro de 2010

Direito Civil - Pessoa jurídica e Bens ( Profª Adélia ) 2º semestre

Direito Civil – (2º semestre – 2º bimestre)
19/10/10

Pessoa Jurídica ou moral Entidade a que a lei empresta personalidade jurídica, de modo que possa atuar na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que compõem, sendo capaz de ser sujeito de direitos e obrigações na ordem civil.

Origem – Necessidade de suprir a deficiência humana por meio organismo para alcançar um mesmo fim.

Requisitos para constituição:
• Vontade humana criadora (Animus)
• Observância das condições legais para sua formação.
• Liceidade de finalidade

Natureza Jurídica
• Teoria da Ficção Legal e da Doutrina
Objetiva ou orgânica
• Teoria da realidade
Jurídica das instituições


Classificação
1) Quanto à estrutura
• “Universitas personarum” - compõem-se pela reunião de pessoas. Ex. Associações, sociedades.
• “Universitas bonorum” – constituem-se em torno de um patrimônio destinado a um fim específico. Ex. Fundações.

2) Quanto a órbita da sua atuação Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Externo ( art. 42) – Ex. Nações, ONU.
De direito público
Interno ( art.41 )- Ex. União, Estados, Autarquia
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;III - os Municípios;IV - as autarquias; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
De direito privado (Art. 44) Para realização de fins particulares . Ex. Associação, sociedade
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades;III - as fundações.IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)




Começo da Existência legal
• A) Ato constitutivo (Estatuto ou contrato social)
• B) Registro - Registro Civil das pessoas Jurídicas
A + B = Personalidade jurídica.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo


Sociedades Irregulares ou de fato Não tem ato constitutivo, ou não tem registro, sem personalidade jurídica.

Entes despersonalizados – São universalidades de direito e massas de bens identificáveis como unidade, que mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar de capacidade processual. Legitimidade ativa e passiva.
Ex. Sociedades irregulares, Massa falida, espólio, condomínio.

Extinção
*Pelo decurso do prazo de sua duração
*Pela dissolução deliberada unânime de seus membros mediante Distrato.
*Pela deliberação de sócios, por maioria
*pela falta de pluralidade dos sócios
*Por determinação legal
*Por ato governamental
*Pela dissolução Judicial

Observação – Quando há falência é nomeado um administrador para pagar todos os credores na ordem que código civil atribui (Massa falida)

Desconsideração da Personalidade Jurídica (Disregard of Legal entity)

Em caso de desvio de função, fraude, abuso, justifica-se a superação da personalidade jurídica da empresa, reconhecendo-se a responsabilidade ilimitada dos sócios.
Ex. Para receber direitos trabalhistas, para as relações consumeristas (código do consumidor)

È a superação episódica para satisfação do terceiro lesado – atinge os bens pessoais (particulares) dos sócios – só por provimento judicial na execução da obrigação. Note bem que isto se aplica somente naquele processo.

Grande aplicação no direito do trabalho, no direito tributário e no direito do consumidor.

No Código Civil, Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica

Desvio de finalidade – Desvirtuamento do objetivo social, para perseguir fins não previstos no contrato social ou proibidos por lei. Ex. Uma sociedade de serviços médicos (clinica ) decide começar vender planos de saúde. Neste caso a sociedade desviou a função. Uma farmácia que monta um laboratório de drogas ilícitas. Neste caso o objetivo é ilícito.Alcança bens dos sócios.

Confusão patrimonial – Atuação do sócio confundiu-se com a própria sociedade, utilizada como escudo, impossibilitando identificar a separação patrimonial entre ambos.

Domicílio da Pessoa Jurídica

* De direito público (art. 75 I a III)
- União Distrito Federal
- Estados – Capitais
- Municípios: onde funciona a administração municipal

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
.§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

* De Direito Privado
- Lugar onde funciona a administração se não constar de sues atos constitutivos.
Obs. Se houver diversos estabelecimentos, pode ser cada um deles.
Art 75 , IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos

*Estrangeira ( Art. 75 § 2º )O local do estabelecimento, situado no Brasil, no que concerne às obrigações contraídas por suas agências.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder

Associações ( artigos 53 a 61)
*Entidades de direito privado formadas pela união de indivíduos com o propósito de realizarem fins não – econômicos ( esportivos, educacionais, religiosos )
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos

Associados NÃO buscam lucro: a receita de sua atividade deve ser reinvestida na própria associação.
*Requisitos do estatuto sob pena de nulidade ( art 54. I a VII)
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Orgão deliberativo superior ; Assembleia geral
Associado só pode tranferir a terceiros seus direitos se houver previsão possível. Exclusão por Justa causa - Cabe recurso à assembléia geral.


*Dissolução: Destino do patrimônio: Deduzidas as frações ideais dos associados, na omissão do estatuto, o restante deve ir para estabelecimentos municipais, estaduais, federais de fins idênticos ou semelhantes, e na falta destes à fazenda do estado e da União ( Artigo 61 )



Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

Fundações ( Artigos 62 a 69 )

Resultam da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura pública, feitos por seu instituidor, especificando o fim para qual se destina, e ás vezes, o modo de administrá-las
Fins exclusivamente religiosos, culturais, assistenciais
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

Alienação do patrimônio só com autorização judicial, ouvido o Ministério Público

Elaboração dos estatutos, direta ( o próprio instituidor ) ou fiduciária ( outros). 180 dias.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

Aprovação dos estatutos pelo Ministério Público.
Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Bens insuficientes para os fins serão incorporados a outras fundações com fins semelhantes Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Desvirtuamento da finalidade ou expiração do prazo – Ministério público promove a extinção.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante

Bens – Coisas –Patrimônio
Bem/ coisa – Em geral uso indistinto
“Coisa” é gênero do qual bem é espécie ( o bem é limitável, esgotável e útil )
“coisa” é tudo que existe com exclusão do homem.

Bens são coisas que, por serem úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e possuem valor econômico (esgotáveis, limitáveis )
* O direito somente interessa-se pelos bens, pois um de seus objetivos é disciplinar as relações entre os homens no que concerne aos bens jurídicos

Parte Geral do Código Civil
livro I – pessoas – sujeitos de direitos
livro II – Bens – objetos de direitos
Livro III – Fatos jurídicos – Relação entre pessoas, que têm, no mais das vezes, por objetos os bens.

Patrimônio – o complexo das relações jurídicas de uma pessoa, que têm valor econômico – a representação econômica da pessoa – todo o ativo e todo o passivo de uma pessoa ( Clóvis Beviláqua)
-Importância: Princípio básico do direito das obrigações “ O patrimônio do devedor responde por suas dívidas ( execução )

Classificação dos bens
I- Considerados em si mesmos ( Artigos 79 a 91)
Exame objetivo, independente de qualquer relação com os outros bens ou pessoas: ( o próprio bem)
a) Imóveis e móveis ( artigo 43/ artigo 80)
b) Fungíveis e infungíveis ( Artigo 85)
c) Consumíveis e inconsumíveis ( artigo 86
d) divisíveis e indivisíveis
e) singulares e coletivos
f) corpóreos ( tangível, posso tocar) e incorpóreos( não tangível, ponto comercial)

II – Reciprocamente considerados ( Artigos 92 a 97)
-Exame de uns em relação a outros bens.
Principal –( Artigo 92 ) Vida própria não depende do acessório

Bens acessórios (a) Frutos
((ligado ao bem principal) b) produtos
(Art. 95 ) c) pertenças
d) Benfeitorias ( Aluguel)

III – Considerados em relação ao seu titular ( Artigo 98 a 103)
Exame dos bens com o titular de sua propriedade

• Privados
a) De uso comum
• Públicos b) de uso especial
c) Dominiais/ dominicais ( pode vender, pode ceder)


Bens considerados em si mesmos

A) Imóveis e móveis ( Artigo 79 a 84 )
Tendo em vista o fato de serem ou não suscetíveis de se mover ( animais)

• Imóveis – Não se podem transportar, sem destruição, de um lugar para outro
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem






• Móveis – Passíveis de deslocamento, sem alteração de sua substância, inclusive os passíveis de movimento próprio ( semovente )
Obs. Carro não é semovente
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I – as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Importância da distinção legal: formalidades exigidas para alienação, registro de escritura pública x simples tradição.

Classificação dos imóveis

• Por sua própria natureza – Natural, solo, subsolo, jazida, árvores, espaço
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente
• Por acessão física – Interferência do homem, construção. (Tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada á terra, os edifícios e construções de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura, ou dano # Acessão significa aderência de uma coisa a outra .
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem
• Por determinação legal – (artigo 80, I e II) – Por força de lei direito real (Hipoteca, servidão) – Herança (imóvel). Renuncia da herança é renuncia de imóvel e a sua cessão representa transmissão de bem de raiz, sujeita a respectiva tributação .
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.

Classificação dos móveis
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social
• Por sua própria natureza ( gado)
• Por antecipação – retirada
• Por determinação legal ( artigo 83, I, II e III)
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

b) Fungíveis e infungíveis ( Artigo 85 ) – Em geral, o atributo de fungibilidade decorre da natureza do bem . Ex. Dinheiro – ou 4 notas e 50,00 – Devolvo 02 de notas de 100,00 ( fungível) , quadro específico ( infungível)

Fungíveis podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade . Ex. Dinheiro é sempre empréstimo mútuo
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade


Infungíveis de natureza insubstituível . Ex. Empresto a casa, tem que ser devolvida a mesma, um quadro de Portinari é especifico só serve este, uma máquina única, uma garrafa de vinho insubstituível. Algumas destas coisas são emprestadas por “comodato”;

Comodato é o contrato unilateral, gratuito, pelo qual alguém (comodante entrega a outrem (comodatário) coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. Uma vez que a coisa é infungível, gera para o comodatário a obrigação de restituir um corpo certo

Mútuo empréstimos de coisas fungíveis.

c)Consumíveis e inconsumíveis ( Artigo 86) – não devem ser entendidos no sentido vulgar, mas no sentido econômico-jurídico.

Consumíveis – Bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, bem como os destinados à alienação. Ex. Roupa para mim não é consumível , já para o vendedor perde o valor quando ele vendeu.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação

Inconsumíveis - Suportam uso continuado, sem prejuízo de seu perecimento progressivo é natural. Ex. Um livro para mim é inconsumível, eu vou utilizar e não perde a utilidade, mas para a livraria é consumível porque já fez a venda, acabou.

D) Divisíveis e indivisíveis ( Artigo 87) – Deve-se considerar o aspecto econômico do bem. Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
• Divisíveis – pode partir-se em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito, sem alteração de sua substância ou diminuição do seu valor. Ex;. terra, barra de ouro,
• Indivisíveis – não se partem sem alteração de substância ou diminuição do valor. Ex. Boi .
• Muitas coisas podem ser divididas, todavia há as que deixam de ser o que eram. O cavalo dividido ao meio não será um semovente, o relógio serrado em dois não será mais relógios e sim um monte de peças. Não se pode alterar a substância
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes
Fisicamente pode ser dividido o imóvel rural, mas por força de lei tem que ter uma metragem mínima.
d) Singulares e coletivos ( Artigos 89 a 91) – a distinção decorre da maneira de encarar os bens.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

Singulares – Bens considerados em sua individualidade representados por uma unidade autônoma, e por isso, distinta de quaisquer outros.
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.

Coletivos – compostos por vários bens singulares, e que considerados em conjunto formam um todo homogêneo.
Universalidade de fato Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Universalidade de direito Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico

f) Corpóreos e Incorpóreos ( sem previsão legal)
* corpóreos – existência material perceptível pelos nossos sentidos ( casa, livro)
* incorpóreos – abstratos – abstratos, não tangíveis, existência apenas jurídica ( direitos autorais, ponto comercial, marca, crédito ( estas coisas só por cessão)

09/11/2010
Bens reciprocamente considerados ( Artigos 92 a 97)
-Critério de classificação que leva em conta o liame jurídico existente entre o bem jurídico principal e o acessório.

Bem principal – é o bem que possui autonomia estrutural, que existe por si, abstrata ou concretamente. Ex. contrato de locação ( entre locatário e locação ) . Não perde substância ( terreno)
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

Bem acessório – e o bem cuja existência pressupõe a do principal, se não existir o principal não têm acessório. Ex. Contrato de fiança (é uma cláusula do outro), construir no terreno do outro.
Regra geral: O acessório sempre segue a sorte do principal, adquire sua natureza , sendo o proprietário do principal, salvo exceção legal ou convencional, proprietário , também ao acessório.
Classificação dos acessórios
(O bem principal continua, mesmo gerando frutos)

Frutos – Utilidades que o bem principal produz periodicamente, NÂO diminuindo sua substância. Ex. Soja, maçã, juros, aluguel, bezerro ( Lembre-se banana não, porque cortou o pé acabou.)
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.

É importante classificar para negociação de (fazendas, sítios, industrias).Podem ser:
a)Quanto a sua natureza:
* Naturais gerados pelo bem principal sem necessidade intervenção humana direta, decorrem do desenvolvimento orgânico vegetal ou animal .
*Industriais – decorrentes da atividade humana ( fabricados, manufaturados)
*Civis – Utilidades produzidas periodicamente, viabilizando a produção de uma renda (aluguéis, juros, dividendos). Ex. Bem principal dinheiro e seus frutos são juros, note que o bem principal sempre continua existindo.





b) Quanto à ligação com o bem principal:
* colhidos ou percebidos: já destacados do principal, mas ainda existentes (frutas,bezerro quando ainda estão na fazenda.
* pendentes: ainda ligados ao principal ( bezerro que ainda não nasceu, maçã na macieira.
*percipiendos: deveriam ter sido colhidos, mas não foram (passou da hora de colher ou nascer)
* estantes; destacados do principal e armazenados para renda (acondicionados no armazém)
*consumidos; não existem mais

Produtos – utilidades que o bem principal produz cuja percepção ou extração diminui sua substância. (Não reproduzem, não renováveis ou se extinguem) Ex. Pedras e metais.

Pertenças – Bens acessórios destinados a conservar ou facilitar o uso do bem principal sem que deste sejam partes integrantes, de modo permanente. Ex. máquinas numa fábrica, aparelhos de ar condicionado. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
As pertenças são aqueles bens que se destinam de modo duradouro ao uso, serviço ou aformoseamento de outro, e não se constituem partes integrantes (art. 93). Assim, o ar condicionado será pertença, assim como um quadro, um piano com relação a casa. O arado e o trator serão pertenças em relação à fazenda e o rádio em relação ao carro. As pertenças NÃO SEGUEM a sorte da coisa principal, salvo por disposição expressa das partes ou determinação legal.

Benfeitorias – obras realizadas pelo homem na estrutura do bem principal, com o propósito de conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo.Podem ser
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias

*Necessárias: Quando realizadas para evitar um estrago iminente ou a deterioração do principal Ex. reparos numa viga estrutural.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

*úteis – Empreendidas com o objetivo de facilitar/melhorar a utilização do principal. Ex. abertura de nova entrada para garagem.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

*Voluptuárias – para mero deleite ou prazer, sem aumento da utilidade do principal. Ex. decoração de um jardim.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

Para esta classificação é preciso verificar a necessidade. Exemplo
Uma piscina em uma mansão é prazer então é voluptuária.
Uma piscina em uma escola, melhora então é úteis.
Uma piscina em uma escola de natação é necessária, não existe sem a piscina.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.



Bens considerados em relação ao seu titular ( Art. 98 a 103)
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Quanto ao titular do domínio, os bens serão:

Públicos – Pertencentes à União, aos Estados, aos Municípios ou Entidades de caráter público. Podem ser quanto ao seu destino: Art. 99. São bens públicos

a)De uso comum: bens que podem ser utilizados por qualquer pessoa, desde que cumpra os regulamentos. Ex. Rios, mares, estradas, ruas, praças ( note bem não pode ser usado de qualquer maneira, qualquer horário, tem que cumprir um regulamento.
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
- A administração pode restringir ou vedar seu uso em razão da segurança nacional ou da população. ( Ex. Gás da Bolívia)
- A utilização pelo povo em geral independe de retribuição, mas pode ser exigido pagamento para seu uso ( para preservação, manutenção não é ilegal cobrar pedágio, entrada

b) Uso especial: Bens destinados a algum serviço público: Ex. Edifícios com repartições públicas, escolas, presídios, posto de saúde.
Sua utilização pelos particulares é regulamentada, podendo a administração permitir ou proibir o ingresso em suas dependências
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

c)Dominiais ( dominicais): Bens que constituem o patrimônio do poder público. Ex. créditos da união, propriedades, terrenos de marinha ( prédios que não são de uso de instituição)
- Não são destinadas à utilização do povo, nem aos usuários do serviço público. Podem até ser vendidos e não podem ser objeto de usucapião.
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Características dos bens públicos
1- Inalienabilidade – só os de uso comum e especial. Não pode ser usucapidos
2- Imprescritibilidade - não está sujeitos a usucapião. Não pode ser usucapidos.
3- Impenhorabilidade – Decorre da inalienabilidade.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.


*Particulares – São definidos por exclusão ou seja, são aqueles não pertencentes ao domínio público, mas a iniciativa privada.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

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Estudos disciplinares- afinidades de estudantes - vamos justificar

Vamos fazer comentários e justificar
Correta - Letra B (5)

2. (Adaptada – Fundação Carlos Chagas – Prefeitura de Santos – 2005).
Um grupo de estudantes – Carolina, Chris, Renata, Gladys, Luiz e Felipe – participou de uma convenção e, durante o evento, alguns deles descobriram algumas afinidades com outros, conforme segue.
• Carolina percebeu que tinha afinidades com todas as pessoas do grupo.
• Chris concluiu que não tinha afinidades com ninguém; entretanto, todos os demais acharam que tinham afinidades com ela
• Renata descobriu que tinha afinidades com apenas duas pessoas do grupo, uma das quais era Gladys.
• Gladys percebeu que tinha afinidades com três pessoas do grupo, excluídos Renata e Felipe.
• Luiz e Felipe descobriram afinidades com apenas uma pessoa do grupo.
• Nessas condições, o número de estudantes desse grupo que descobriu ter afinidades com pelo menos uma pessoa que não tem o sentimento recíproco é

a) 6. b) 5. c) 4. d) 3. e) 2.

Justificativa :
Em um grupo com 06 pessoas que tem pelo menos um membro que não tem afinidade com ninguém e todos os outros tem afinidade com ele, com certeza 5 (cinco) pessoas tem sentimento que não é recíproco.
Neste caso se Chris não tem afinidades com ninguém e os outros têm o sentimento de afinidade com ela, este sentimento não é recíproco.

Carolina tem afinidade com cinco pessoas e apenas uma pessoa tem afinidade com ela.
Renata tem afinidade com duas pessoas e apenas uma pessoa tem afinidade com ela
Gladys tem afinidade com Três pessoas e apenas duas pessoas tem afinidade com ela
Luiz tem afinidade com uma pessoa e apenas uma pessoa tem afinidade com ele
Felipe tem afinidade com uma pessoa e apenas uma pessoa tem afinidade com ele
Chris não tem afinidades com ninguém e todos tem afinidades com ela (sentimento não recíproco

Estudos disciplinares _ Haiti - Vamos justificar juntos...

Por favor vamos comentar

1. No início de 2010, um forte terremoto atingiu o Haiti, país da América Central, causando milhares de mortes e deixando grande parte da população sem as mínimas condições de vida digna.
Considere os dados abaixo sobre esse país, o trecho da letra da música de Caetano Veloso e Gilberto Gil e as afirmações que seguem.

• Idioma: francês e crioulo (oficiais).
• Religião: cristianismo 92,6% (católicos 68,5%, protestantes 24,1%), outras 7,4% (1995)
• População: 8,2 milhões (2000), sendo 96% afro-americanos e eurafricanos, 3% europeus meridionais e 1% outros.
• Densidade populacional: 299,27 hab./km2.
• Percentual de população urbana: 34% (1998).
• Percentual de população rural: 66% (1998).
• Taxa percentual de crescimento demográfico: 1,7% ao ano (1995-2000).
• Taxa de fecundidade: 4,38 filhos por mulher (1995-2000).
• Expectativa de vida M/F: 51/56 anos (1995-2000).
• Taxa de mortalidade infantil: 68 por mil nascimentos (1995-2000).
• Percentual de analfabetismo: 51,4% (2000).
• IDH (0-1): 0,440 (1998).
Disponível em http://www.portalbrasil.net/americas_haiti.htm>. Acesso em 23/04/2010.

Haiti
Caetano Veloso
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Num o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui






I.De acordo com os dados apresentados, estima-se que haja mais de 4 milhões de analfabetos no Haiti.
II. A letra da música é incoerente, pois fala da realidade brasileira, que nada tem em comum com a haitiana.
III. A letra da música menciona a questão do racismo presente no nosso país, afirmando que temos aqui a mesma proporção de negros na população que o Haiti e é isso que nos aproxima.

Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II e) I e III.
.

Justificativa –Correta A) I

Alternativa I é verdadeira ,pois, de acordo com o texto o Percentual de analfabetismo: 51,4% (2000) e População: 8,2 milhões (2000) .Estima-se então 4 milhões de analfabetos.

Alternativa II é Falsa porque o Haiti e o Brasil tem realidades parecidas com violência, racismo, exclusão de pretos e pobres ( discriminação), e são países felizes tem percussão, festas e uma alegria que persiste apesar de todas as mazelas.

Afirmativa III - é falsa . O Haiti e o Brasil tem uma história de racismo que vem da época da escravidão , trecho que exemplifica
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos /E outros quase brancos /Tratados como pretos /Só pra mostrar aos outros quase pretos /(E são quase todos pretos ( pretos batendo em pretos), porém nossa população não tem a mesma proporção do Haiti

sábado, 30 de outubro de 2010

Estudos disciplinares -Raciocinio lógico (casas impar e par) - vamos justificar juntos.

Vamos fazer um comentário

2. (Adaptada – Fundação Cesgranrio – IBGE – 2009).
Em uma rua há 10 casas do lado direito e outras 10 do lado esquerdo. Todas as casas são numeradas de tal forma que, de um lado da rua, ficam as de número par e, do lado oposto, as de número ímpar. Em ambos os lados, a numeração das casas segue uma ordem crescente (ou decrescente, dependendo do sentido em que o observador caminha). Não há grandes diferenças entre os números de casas adjacentes e nem entre os números daquelas que ficam frente a frente.
Uma pessoa encontra-se nessa rua, na porta da casa de número 76. Sem mudar de lado, ela segue em um sentido. Em poucos segundos, percebe que está diante da porta da casa de número 72. Pretendendo visitar uma amiga na casa de número 183, o mais provável é que ela precise
a) continuar no mesmo sentido sem mudar de lado.
b) continuar no mesmo sentido, mas mudando de lado.
c) apenas atravessar a rua.
d) andar no sentido contrário sem mudar de lado.
e) andar no sentido contrário, mas mudando de lado.


Justificativa Resposta Correta E , porque ela estava no lado par andando na ordem decrescente (76 a 72), o número 183 é impar e maior que 76 portanto ela terá que andar no sentido contrário (crescente) e atravessar a rua.

Estudos disciplinares - Guernica Pablo Picasso- Vamos fazer uma justificativa juntos

1. O painel abaixo, intitulado Guernica, foi pintado em 1937 por Pablo Picasso, um dos maiores artísticas do século XX. A obra foi motivada pelo bombardeio sofrido pela cidade espanhola, provocado por aviões alemães em apoio ao ditador Francisco Franco. O texto a seguir relata o trágico episódio da história mundial.

A segunda-feira negra de Guernica
Era uma segunda-feira, dia de feira-livre na pequena cidade da Biscaia. Das redondezas chegavam as suas estreitas ruas os camponeses do vale de Guernica, no país dos bascos, trazendo seus produtos para o grande encontro semanal. A praça ainda estava bem movimentada quando, antes das cinco da tarde, os sinos começaram os seus badalos. Tratava-se de mais uma incursão aérea. Até aquele dia fatídico – 26 de abril de 1937 – Guernica só havia visto os aviões nazistas da Legião Condor passarem sobre ela em direção a alvos mais importantes, situados mais além, em Bilbao. Mas aquela segund-feira foi diferente, A primeira leva de Heinkels-11 despejou suas bombas sobre a cidadezinha precisamente às 16h45. Durante as 2 horas e 45 minutos seguintes os moradores viram o inferno desabar sobre eles. Estonteados e desesperados saíram para os arredores do lugarejo onde mortíferas rajadas de metralhadora disparada pelos caças os mataram aos magotes. No final da jornada contaram-se 1.654 mortos e 889 feridos, numa população não superior a 7 mil habitantes. Quase 40% haviam sido mortos ou atingidos. A repercussão negativa foi tão grnade que os nacionalistas espanhóis trataram logo de atribuí-la aos “vermelhos”.
Fonte: Disponível emhttp://educaterra.terra.com.br/ )com adaptações). Acesso em 23/04/2010.

Pablo Picasso, óleo sobre tela, 1937, 350X782 cm.
Considere as afirmações que seguem.
I. O quadro procura manter um retrato fiel do bombardeio; o artista retrata com extremo realismo as figuras atingidas pela tragédia.
II. A obra transmite ao público o desespero e o terror do episódio por meio da leitura subjetiva do artista.
III. A falta de linearidade nas figuras e os poucos elementos humanos tornam totalmente incompreensível a mensagem da obra e não dão idéia da dimensão do massacre.

Está correto o que se afirma apenas em
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.


Justificativa – Está correta a alternativa B porque
I – Afirmação incorreta, Guernica denota destruição, caos, dor, horror e é uma criação artistica subjetiva , segue a linha cubista com uma realidade idealizada e apreendida pelo artista, portanto dá primazia á expressão dos sentimentos e não a descrição objetiva da realidade.
II – Afirmação correta –A obra transmite ao público o desespero e o terror do episódio por meio da leitura subjetiva do artista, vide afirmação acima

III –Afirmação incorreta – O artista expressionista buscava a experiência emocional, preocupando-se mais com as emoções do observador do que com a realidade externa. Para aumentar a dramaticidade da comunicação artística, exageravam e, mesmo, distorciam os temas trabalhados, daí a falta de linearidade, é nítida a representação do massacre sofrido pela cidade espanhola Guernica. O posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de uma bomba explodindo.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Estudos disciplinares - texto sobre os jovens universitários- vamos comentar

Vamos comentar e ajudar a fazer uma justificativa

2. (Adaptada –Cespe-UnB – Pesquisador – Tecnologia – Inmetro – 24/01/2010). Leia o texto que segue e responda ao que se pede.
Com 5,8 milhões de universitários, o Brasil não atingirá a meta de matricular 30% dos jovens de 18 a 24 anos de idade no ensino superior até 2011, como prevê o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Congresso. Foi o que admitiu o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Fonte: O Globo, 28/11/2009, p. 13 (com adaptações).
Tendo em vista o tema abordado no texto acima e suas implicações, podemos concluir que:
a) o processo seletivo para o ingresso nas universidades públicas, que oferecem a maior parte das vagas para o ensino superior no país, é muito difícil, fato que impossibilita o cumprimento da meta do PNE.
b) a meta preconizada pelo PNE não será atingida, entre outras razões, porque parte significativa da população jovem brasileira sequer conseguiu concluir a educação básica.
c) a inexistência de programas de bolsas de estudo, tanto parciais como integrais, é o principal motivo que inviabiliza o acesso da população de baixa renda às instituições privadas.
d) se o número total de vagas no ensino superior público e privado for aumentado em 30%, será possível o cumprimento da meta prevista pelo PNE.
e) a oferta de cursos de graduação no Brasil, que é bastante diversificada e homogeneamente distribuída nas diversas regiões do país, cresceu na mesma proporção da população dos jovens de 18 a 24 anos.


a) Incorreta, as universidades particulares oferecem muito mais vagas do que as universidades públicas, tanto é verdade que, para estas, o número de candidatos pode chegar a mais de 40 por vaga (http://www.vestibulandoweb.com.br/concorrencia/relacao-candidato-vaga-fuvest-2010.pdf)

b) Correta, pois a educação básica no Brasil é muito deficitária, com pouco incentivo aos professores e educação de baixa qualidade, principalmente no ensino público, o que faz aumentar a evasão escolar.

c) Incorreta, no Brasil existem muitos programas de incentivo ao ingresso na universidade. Ex: PróUni (nacional) ; escola da família (São Paulo), portanto, o não cumprimento da meta pelo PNE não decorre da falta de programas do governo .

d) Incorreta, se aumentar em 30% o número de vagas no ensino superior privado e público, estas poderão ser ou não preenchidas, e ainda que sejam preenchidas, pode ser por pessoas com ensino superior completo ou maiores de 24 anos.

e) Incorreta, não há homogeneidade na distribuição dos cursos nas regiões brasileiras, sendo certo que nas regiões mais abastadas a oferta é maior, o que não significa maior qualidade. No mais, do texto acima não se infere a proporção entre a oferta de curso e a população de jovens entre 18 e 24 anos.


Revisando conforme comentário

Estudos disciplinares - Charge do Palhaço - vamos ajudar a justificar

Pessoal vamos ajudar a fazer uma justificativa , comentem

1. Analise a descrição da charge e leia o conceito sobre “conjunção” para responder ao que se pede abaixo.
Charge: o rapaz, vestido de palhaço, diz a uma moça: “É claro que nós podemos ir ao cinema, mas vou logo avisando: odeio filme de comédia
A palavra “conjunção” provém de “conjunto”. Vejamos a definição do último termo no dicionário Aurélio:
Conjunto: adj. 1. Junto simultaneamente. sm. 2 Reunião das partes dum todo. Já o sufixo –ção tem significado de “resultado de uma ação”. Logo, se associarmos as duas definições temos que: conjunção é a ação de juntar simultaneamente as partes de um todo. VILARINHO, Sabrina. Conjunção. Disponível em .
A conjunção “mas”, contida na fala da personagem palhaço na descrição da charge acima, mostra certo contraste entre as unidades ligadas (e não uma explicação). Essa conjunção poderia ser substituída por outra e manter o mesmo sentido do enunciado, se usássemos a palavra
a) portanto. b) como c) entretanto. d) conforme. e) pois.

Justificativa.
Letra A incorreta – “ Portanto” é uma conjunção coordenativa conclusiva, utilizada para unir, a uma oração anterior, outra oração que exprime conclusão o conseqüência e nesta frase o que se exprime é uma contradição ou contraste
Letra B incorreta – “como” é uma conjunção que depende do contexto da frase e neste caso não daria para inseri-la nem como comparativa porque não estabelece comparação nem como causal porque não indica uma razão ou motivo
Letra C correta – “Entretanto”, porque indica uma contrariedade ou contraste (mas) As conjunções coordenativas adversativas são: mas, contudo, no entanto, entretanto, porém, todavia. Portanto se trocarmos as conjunções , não vai alterar o sentido da frase
Letra D incorreta –“Conforme” é uma conjunções subordinativa conformativa pois, expressa sua conformidade em relação ao fato da oração principal, totalmente ao contrário da nossa frase acima. conjunções subordinativas conformativas: conforme, segundo, consoante,
Letra E incorreta – “Pois” é uma conjunção coordenativa explicativa isto é expressam a relação de explicação, razão ou motivo e/ou conclusiva que Indicam relação de conclusão.
Em nossa frase a conjunto não está explicando e nem concluindo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Estudos disciplinares - Ex fumantes - Vamos fazer a justificativa juntos !

2. (Adaptada – Cespe – UnB. Pesquisador – Tecnologista – Inmetro – 24/01/2010). Leia o texto que segue e responda ao que se pede.
Pesquisa do IBGE mostra que o número de ex-fumantes já é maior do que o de fumantes no país. Dos adultos, 24,6 milhões fumam e 26 milhões pararam de fumar, a maioria há mais de dez anos. Dos fumantes, 52% dizem querer parar.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28/11/2009, capa (com adaptações).
Tendo em vista o tema abordado no texto acima e suas múltiplas implicações, assinale a opção correta.
a) A despeito da cerrada oposição que sofreu ao longo dos dois últimos séculos, o tabagismo incorporou-se ao cotidiano da sociedade contemporânea e conquistou número expressivo de praticantes.
b) O hábito de fumar, no mundo contemporâneo, alastrou-se com grande intensidade, malgrado ser definido como atitude destituída de glamour e, sob o ponto de vista social, demasiado desagregadora.
c) Nos últimos anos, em muitos países, como o Brasil, setores da sociedade e governos esforçam-se por difundir, por meio de campanhas, os malefícios do tabagismo para a saúde das pessoas.
d) Cientistas e especialistas em saúde pública debitam às pressões das grandes corporações globais fabricantes de cigarros a omissão da Organização Mundial de Saúde no combate ao tabagismo.
e) A inexistência de legislação que, no Brasil, proíbe o fumo em espaços públicos é apontada por estudiosos como a principal razão para que o país não reduza ainda mais o número de seus dependentes do tabaco.


Justificativa.

Letra A – Incorreta - O número de ex-fumantes já é maior do que dos fumantes, portanto não conquistou mais praticantes.
Letra B – Incorreta – O hábito de fumar diminuiu....

Letra C – Correta – Todos estão se esforçando para difundir os malefícios do tabagismo.

Letra D – Incorreta – Não existe omissão da OMS- Organização Mundial de Saude, pelo contrário é participante ativa na campanha antitabagismo

Letra E - Incorreta – No Brasil Existe legislação que proíbe o fumo em espaços públicos



Por favor não esqueçam de comentar mesmo discordando

Estudos disciplinares - Tira do Chico Bento -Vamos fazer juntos a justificativas

1. Analise a tirinha abaixo, do Chico Bento, personagem da Turma da Mônica – revista em quadrinho criada por Maurício de Souza, famoso cartunista brasileiro.


Disponível em http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira121.htm. Acesso em 16/04/2010.

O leitor da tirinha, observando o pedido feito ao pai pela personagem Chico Bento, pode inferir que o conto de uma história para dormir, em determinada situação,
a) desestabiliza uma situação adequada nomeio sociocultural, principalmente a relação entre pais e filhos (interlocutores).
b) possui um ponto positivo e outro negativo: o fato de dormir, que resulta na impossibilidade de interpretar o discurso narrado.
c) separa o objetivo estabelecido pelo próprio pai: o filho entender o começo, o meio e o fim do discurso que foi narrado.
d) demonstra que o ouvinte nunca possui interesse em interpretar e inferir uma narração de determinado enunciado escrito.
e) estabelece o fator de uma linguagem que sempre atinge o ponto determinado: o ouvinte (filho, por exemplo) relaxa e dorme o mais rápido possível.


Justificativa

Letra A - Incorreta. Não há desequilíbrio na relação pai e filho , nesta tirinha

Letra C - Incorreta. O pai tem como objetivo fazer o filho relaxar e dormir e não que ele entenda o discurso narrado

Letra D – Incorreta. O ouvinte (Chico Bento ) sempre quer saber o começo, o meio e o fim da história
Letra E -Incorreta . Quando o pai conta uma história para dormir atinge o objetivo que é fazer o filho relaxar e dormir rapidamente.

Por favor façam o comentário

Conforme comentário anonimo o correto é a letra B - pois objetivo de fazer o filho dormir é do pai e não do filho, concordo
grata

Estudos disciplinares -Redação oficial - Vamos fazer uma justificativa

Considere o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade”(Manual de Redação da Presidência da República, 2002).Assinale a opção em que o fragmento apresentado atende esse requisito.

A Ficamos felizes com o resultado da análise porque foi melhor do que imaginávamos.
Falta impessoalidade, quando utiliza o adjetivo “felizes” expõe impressão individual (nós estamos ).
B Talvez seja bom rever o assunto do pedido de análise. Consideramos um tanto quanto questionável a sua realização, que para nós daria muito trabalho.
A impessoalidade é avessa a vocábulos de circulação restrita, como a gíria ou jargão (daria muito trabalho)
C A produção não atendeu à legislação, à qual deverá ser revista
Falta clareza. Quem deve ser revista, a produção ou a legislação?

D O presidente falou claramente de que a decisão é inteligente e mais simples do que a lei vigente.
Falta impessoalidade, quando utiliza os adjetivos inteligente e simples expõe uma opinião pessoal.

E A adequação dos produtos às normas legais implica risco diminuído de acidentes aos consumidores.
Esta é a resposta é correta. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade


Por favor contribuam para discussão destas questões

domingo, 24 de outubro de 2010

Estudos disciplinares- Noel Rosa - vamos fazer juntos a justificativa ?

1. Neste ano, comemora-se o centenário do nascimento do compositor Noel Rosa, que foi homenageado pela sua escola de samba, a Vila Isabel, no desfile de Carnaval de São Paulo, em 2010. Leia a letra da música abaixo, de autoria de Noel Rosa.



Noel Rosa foi o grande “poeta da Vila”
Disponível em . Acesso em 06/09/2010.

Último Desejo
Noel Rosa

Nosso amor que eu não conheço, e que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete,
Sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você
Lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você
Me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou para mim.

Baseando-se na letra da música Último Desejo, assinale a alternativa correta.
a) O último desejo do narrador é mais um beijo da mulher amada.
b) O poeta tem receio de que a mulher passe a falar mal dele para as pessoas em geral.
c) Se a conjunção “mas” (no oitavo verso) fosse trocada por “pois”, não haveria alteração de sentido.
d) Os termos “foguete”, “luar” e “violão” remetem ao clima da festa de São João, quando começou o romance entre o narrador e sua amada.
e) O narrador deseja que a mulher o deteste, pois ele não presta e admite isso.

Justificativa. A alternativa correta é a letra D, os elementos ( foguete, luar e violão) remetem à festa Junina
As alternativas A,B,C e E estão incorretas senão vejamos
Letra A - O último desejo do autor é que a amada fale bem sobre ele aos amigos e fale mal aos inimigos
Letra B - o poeta só tem receio de que a amada fale mal dele aos amigos
Letra C – A conjunção “mas” indica um contraste desta forma haveria alteração de sentido na frase porque a conjunção “pois” indica uma explicação da primeira oração
Letra E – Ele não queria que a amada o detestasse e não admite que é imprestável, ele apenas deseja que a amada diga que ele não presta para as pessoas que detesta

sábado, 24 de julho de 2010

13- Elegia holandesa José Paulo Paes
águamolepedradura
águaáolepedradura
águaáglepedradura
águaáguepedradura
águaáguapedradura
águaáguaáedradura
águaáguaágdradura
águaáguaáguradura
águaáguaáguaadura
águaáguaáguaádura
águaáguaáguaágura
águaáguaáguaágura
águaáguaáguaáguaa
águaáguaáguaáguaá


15- Teresa (Manuel Bandeira)
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas


16- Saudade ( Patativa do Assaré)
(Antônio Gonçalves da Silva Do livro Ispinho e Fulô – Patativa do Assaré

Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.

Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.

Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.

Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.

A saudade é jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira
Quanto mais coça mais quer.


18 - Poema do tempo ( Ricardo Azevedo )

Tem o importante que sabe que é comum
Tem o comum que se acha importante
Tem o diamante que sabe que é pedra
Tem a pedra que se acha diamante
Enquanto isso, o tempo passa levando
comuns, importantes, pedras e diamantes

19-Se eu fosse um padre (Mário Quintana) Se eu fosse um padre,
eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!


21- MOTIVO ( Cecilia Meireles )
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.


23- Sentimento do Mundo – Carlos Drumond de Andrade
Sentimento do mundo
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desjeo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desafiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais que a noite.

24- Os poemas – Mário Quintana
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti ...

25- Das Pedras – Cora Coralina
Das Pedras
Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.

Desafio - Aula pelo Blog desafio @educultdigital

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Alunos - Votem no melhor texto

01 -Tem Tudo a Ver ( Elias José )

A poesia
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o vôo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
— é só abrir os olhos e ver —
tem tudo a ver
com tudo.


02 - A namorada (Manoel de Barros)
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.


03- Amor é um fogo que arde sem se ver (Poema), de Luís Vaz de Camões
:
1. Amor é um fogo que arde sem se ver,
2. É ferida que dói e não se sente;
3. É um contentamento descontente;
4. É dor que desatina sem doer.

5. É um não querer mais que bem querer;
6. É um andar solitário entre a gente;
7. É nunca contentar-se de contente;
8. É um cuidar que ganha em se perder.

9. É querer estar preso por vontade;
10. É servir a quem vence, o vencedor;
11. É ter com quem nos mata lealdade.

12. Mas como causar pode seu favor
13. Nos corações humanos amizade,
14. Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


05 - O anel de vidro ( Manuel Bandeira)
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste

08 – Problemas de cálculo (Ricardo Azevedo)
"Qual o limite do sonho?
Qual o nível da beleza?
Quantos metros tem o amor?
Que peso tem a tristeza?
Qual o cálculo da culpa?
Qual a extensão do saber?
Que largura tem o tédio?
Quantos graus tem o prazer?
Que ordem tem a loucura?
Qual o tempo do brinquedo?
Quanto cria a invenção?
Que medida tem o medo?
Que força tem a vontade?
Qual o espaço do desejo?
Qual o limite do carinho?
Que tamanho tem um beijo?
Quanto alcança a esperança?
Que preço tem a idade?
Qual a espessura da dor?
Quanto custa a liberdade?"


09- Poema de natal (Vinicius de Moraes)
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente

11-Soneto da separação (Vinícius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Biografia - José Simão

Perceba as diferenças entre algumas biografias

Aí eu peguei e nasci!
Sou filho de árabe com loira e deu macaco na cabeça. E eu não tenho 56 anos. Eu tenho 18 anos. Com 38 de experiência. E eu era um menino asmático que ficava lendo Proust e ouvindo programa de terror no rádio.
Em 69 entrei pra Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Mas eu matava aula com o namorado da Wanderléa pra ir assistir o programa de rádio do Erasmo Carlos. E aí eu desisti. Senhor Juiz, Pare Agora!
E aí eu fui pra swinging London, usava calça boca de sino, cabelo comprido e assisti ao show dos Rolling Stones no Hyde Park. E fazia alguns bicos pra BBC.
Voltei. Auge do tropicalismo. Freqüentava as Dunas da Gal em Ipanema. Passei dois anos batendo palma pro pôr-do-sol e assistindo o show da Gal toda noite. E depois diz que hippie não faz nada! (...)
José Simão Biografia

Perceba como José Simão, ao usar linguagem coloquial, expressões populares e gírias, se aproxima do leitor de jornal e da Internet ao escrever um texto descontraído e cheio de humor: "Aí eu peguei", "deu macaco na cabeça", "matava aula", "alguns bicos pra BBC", etc.
Ao escolher "fatos não nobres" de sua autobiografia, José Simão torna seu texto mais engraçado e carregado de ironia - uma boa maneira de fazer humor.

biografia Machado de Assis

Biografia de Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.
Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público.
Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente.
Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destacam-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.
Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908
Autobiografia de Graciliano Ramos


03/02/2010
Auto-retrato aos 56 anos
Graciliano Ramos


Nasceu em 1892, em Quebrangulo, Alagoas
Casado duas vezes, tem sete filhos
Altura 1,75.
Sapato nº 41.
Colarinho nº 39.
Prefere não andar
Não gosta de vizinhos
Detesta rádio, telefone e campainhas
Tem horror às pessoas que falam alto
Usa óculos. Meio calvo.
Não tem preferência por nenhuma comida
Não gosta de frutas nem de doces
Indiferente à música
Sua leitura predileta: a Bíblia
Escreveu “ Caetés” com 34 anos de idade
Não dá preferência a nenhum de seus livros publicados
Gosta de beber aguardente
É ateu. Indiferente à academia
Odeia a burguesia. Adora crianças
Romancistas brasileiros que mais lhe agradam:
Manoel Antonio de Almeida, Machado de Assis
Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz
Gosta de palavrões escritos e falados
Deseja a morte do capitalismo
Escreveu seus livros pela manhã
Fuma cigarros “ Selma” (três maços por dia)
É inspetor de ensino, trabalha no “ Correio da Manhã”
Apesar de o acharem pessimista, discorda de tudo
Só tem cinco ternos de roupa, estragados
Refaz seus romances várias vezes
Esteve preso duas vezes
É-lhe indiferente estar preso ou solto
Escreve à mão
Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano*
José Lins do Rego e José Olympio
Tem poucas dívidas
Quando prefeito de uma cidade do interior,
Soltava os presos para construírem estradas
Espera morrer com 57 anos.