quinta-feira, 7 de junho de 2012

Atividades praticas supervisionadas - Choque de civilizações

1) Há possibilidade de coexistência de civilizações ou o confronto imaginado é inevitável?


Há possibilidade de coexistência de civilizações, mas uma guerra global que envolva os Estados-núcleos das principais civilizações do mundo não é impossível.

Para que haja paz é necessário que os Estados núcleos não interfiram e nem se intrometam nas lutas de outras civilizações. Também é preciso negociações entre os Estados no sentido de evitar conflitos ou tentar a paralisação de guerras já instaladas.

.A aceitação dessas regras e de um mundo com mais igualdade entre as civilizações não será fácil para o Ocidente ou para aquelas civilizações que podem estar visando a suplementar ou suplantar o Ocidente em seu papel dominante. A competição pela liderança dentro das civilizações que carecem de um único Estado-núcleo pode também estimular a competição por armas nucleares. De acordo com Scott Sagan e outros, conquanto a proliferação nuclear obviamente acarrete riscos, um mundo no qual um ou dois Estados-núcleos em cada civilização principal tivessem armas nucleares e nenhum outro Estado as tivesse seria um mundo razoavelmente estável.



2) Qual o papel da globalização econômica e do desenvolvimento tecnológico nesse contexto,Impedem ou fomentam o conflito?

A globalização tem como um dos seus pilares mais fortes o desenvolvimento tecnológico aplicado principalmente ao comércio mundial:

A maior capacidade tecnológica dos Estados gera maior capacidade p/ fazer frente aos desequilíbrios apresentados pela globalização e maior capacidade de comércio.

Assim as forças de um país que concentre maior capacidade tecnológica podem terno futuro, a possibilidade de determinar as lógicas e regras, não só do mundo globalizado (tecnologia e comércio), mas também as relações entre Estados.



3) Os mecanismos e organizações internacionais estão aptos a lidar com os conflitos de um mundo multipolar?

Para se evitarem grandes guerras mundiais , será preciso que os Estados-núcleos se abstenham de intervir em conflitos no interior de outras civilizações. Esta é uma verdade que muitos países, especialmente os Estados Unidos, terão sem dúvida dificuldade para aceitar. Essa regra de abstenção, que determina que os Estados-núcleos se absterão de intervir em conflitos em outras civilizações é o primeiro requisito da paz num mundo globalizado e multipolar.

O segundo requisito é o da regra de mediação conjunta, pela qual os Estados-núcleos negociarão entre si para conter ou fazer cessar guerras de linha de fratura entre Estados ou grupos de suas próprias civilizações.

A aceitação dessas regras e de um mundo com mais igualdade entre as civilizações não será fácil para o Ocidente ou para aquelas civilizações que podem estar visando a suplementar ou suplantar o Ocidente em seu papel dominante.



4) Até que ponto a opção pelo conflito, sob o pretexto de manter a liberdade e democracia em outros países pode ser justificada?

Não existe justificativa para nenhum tipo de conflito que ameace a liberdade, a democracia, a paz e a segurança internacional. A guerra é um recurso que só pode ser tolerado como “ultima ratio”, desde que no uso do direito á legitima defesa, depois de esgotados todos os meios de mediações possíveis, ademais, torna-se necessária a comprovação de um ataque real, efetivo e prévio, senão este seria um instituto usado falsamente como condição para as guerras. (Ex:.Guerra do Iraque)

A intervenção de uma civilização em outra é intolerável. Porém, para os países dominadores (Ex. Estados Unidos), interferir no conflito interno de outros países é plenamente aceitável, que se utilizam do argumento da manutenção da liberdade e da democracia de todos os povos para impor seus interesses econômicos, sua cultura, sua ideologia e seus valores, formando um bloco e separando as demais civilizações

A paz mundial será alcançada quando Estados-núcleo resolverem usar a regra de abstenção, em síntese, não fizerem intervenções em conflitos no interior de cada civilização, e também utilizarem a regra da mediação conjunta pela qual os Estados-Núcleo fariam negociações entre si para conter ou fazer cessar as guerras.

Referência Bibliográfica: http://jus.com.br/revista/texto/4415/a-guerra-no-direito internacional/2#ixzz1p63Y4OfT Acesso em 13/03/12



5) O texto foi escrito em 1996. Tendo em vista fatos e circunstâncias supervenientes tais como a emergência do Brasil na cena político-econômica mundial, o combate ao terrorismo, a crise econômica dos países ricos e ascensão dos chamados BRICS, entre outros, é possível vislumbrar outro desenho na perspectiva traçada pelo autor?

O Brasil está convencido de que a cooperação entre os povos é a melhor maneira de se satisfazerem interesses e preservar a paz. O Estado brasileiro não alimenta pretensões hegemônicas. A disputa pelo poder, em sentido estrito, não é a vocação do Brasil, e sim, a busca de garantir4 condições externas para seu desenvolvimento econômico e social. No entanto, o país faz tudo isso não por meio de políticas de força, mas por meio do diálogo, da negociação e de convencimento.

O ideal seria que cada civilização principal tivesse pelo menos um assento permanente no Conselho de Segurança. O Brasil além de reivindicar assento, faz política para que outras nações venham fazer parte também do Conselho de Segurança, visando assim, maior estabilidade social e econômica mundial.